terça-feira, 13 de março de 2012

Mais um dia que vem.


'Temos dias tristes que só acabam quando encontramos uma razão para sobrepor-los. Honestamente a divisória de um certo momento vem agregado com o tempo dos sentidos, no mesmo sentido da lentidão de uma justiça raramente visionária. Impomos tantas coisas fúteis no dia-a-dia que não nos antenamos com a harmonia de um vôo da ave mais rara em nosso espaço de visão. Tão distinto quanto à virtude do desafortunado operante sem rumo ou destino que não cabe a ele. Se vier uma bala perdida e atingir seu coração ferido, pode ele cauterizar com a pressa da pólvora em explodir o que está ao seu redor? Literalmente o pânico toma conta do lugar através do tempo e espaço alocados num montante de alegria entristecida. Bota pra dançar a mulher mais linda do baile, sendo ela a perfeição de um instante magnético imperfeito. O gosto do seu beijo não é estridente como o soar do sino no estalar da lua. A noite está indo para outro lugar e o dia chega tão belo como seus olhos brilhando ao me ver acordar. Felicidade, palavra muito buscada por quem deseja algo inatingível por mais que aquele momento. Não se busca a estrela certa num mar de tubarões raivosos, esperando um segundo para abocanhar a costela do desajeitado. Expressando gestos orgulhosos de desejo por aquilo que não se encontra, simplesmente vem até nós. Se chovesse lágrimas em uma tarde de sol ardente, o mundo pararia por este breve e indefinido limite. O anoitecer chega e a chuva, água pura, água límpida. Critérios para o frio, com a percepção de quem atinge o mais elevado nível, quando o sol já não é mais o bastante para alcançar a chama dentro do coração.'